Trago manuais p'ra tudo
Menos pró que der e vier
Chego precavida
Com o dom de esquecer
Cumpro o que é devido
Com excepção do dever
Viver
Eu só vim cá ver
Ando a toda a brida
Enquanto a vida me der pés p'ra torcer
Trouxe a casa às costas
E o peito a fugir
Sei o que me espera
Só me escapa o porvir
Viver
Melhor que existir
Viver
Viver
Viver
Viver
Arco a culpa, fujo à falta
Durmo na revolta , mas resisto em pé
Parto pratos, varro os cacos
Armo as mãos p'ra socos e p'ra cafuné
Faço atalhos e cadilhos
Lá me prendo aos trilhos que eu correr de cor
Esqueço o luto e vou de branco
Só me dão desconto se eu fizer pior
Toco à campainha errada
Sempre à hora certa p'ra interruptores
Sei ser ruiva e sei ter raiva
Cor de fogo aviva quem morrer de amores
Fujo à briga e vou à luta
Dedos na batuta, egos por reger
Trago a abundância à justa
Que nem sempre custa, isso de viver
Já sei o sentido disto tudo
Quem mais diz é quem é
Queimo a estaca zero
Eu recuso o sopé
Vou rumo ao mistério
Vivo em saltos de fé
Pois é
Pois é